sexta-feira, 17 de abril de 2009

Mar de montanha




Em alguns destes trabalhos, o mar pode ser também uma montanha, mas nesta segunda, é somente montanha mesmo.Esta pintura foi produzida depois da minha viagem de final de ano a Ouro Preto, MG. Lá, tudo é montanha. Uma beleza difícil de ser colocada aqui.
Carias, obrigada pelos teus comentários tão simpáticos. valeu.
aqui vai uma música do Caetano para aplacarmos nossas saudades do O e P.
um beijo.
Maria
O Estrangeiro
Caetano Veloso

O pintor Paul Gauguin amou a luz na Baía de Guanabara
O compositor Cole Porter adorou as luzes na noite dela
A Baía de Guanabara
O antropólogo Claude Levy-strauss detestou a Baía de Guanabara:Pareceu-lhe uma boca banguela.
E eu menos a conhecera mais a amara?
Sou cego de tanto vê-la, te tanto tê-la estrela
O que é uma coisa bela?
O amor é cego
Ray Charles é cego
Stevie Wonder é cego
E o albino Hermeto não enxerga mesmo muito bem
Uma baleia, uma telenovela, um alaúde, um trem?Uma arara?
Mas era ao mesmo tempo bela e banguela a Guanabara
Em que se passara passa passará o raro pesadelo
Que aqui começo a construir sempre buscando o belo e o amaro
Eu não sonhei que a praia de Botafogo era uma esteira rolante de areia branca e de óleo diesel
Sob meus tênis
E o Pão de Açucar menos óbvio possível
À minha frente
Um Pão de Açucar com umas arestas insuspeitadas
À áspera luz laranja contra a quase não luz quase não púrpura
Do branco das areias e das espumas
Que era tudo quanto havia então de aurora
Estão às minhas costas um velho com cabelos nas narinas
E uma menina ainda adolescente e muito linda
Não olho pra trás mas sei de tudo
Cego às avessas, como nos sonhos, vejo o que desejo
Mas eu não desejo ver o terno negro do velho
Nem os dentes quase não púrpura da menina
(pense Seurat e pense impressionista
Essa coisa de luz nos brancos dentes e onda
Mas não pense surrealista que é outra onda)
E ouço as vozesOs dois me dizem
Num duplo somComo que sampleados num sinclavier:"É chegada a hora da reeducação de alguém
Do Pai do Filho do espirito Santo amém
O certo é louco tomar eletrochoque
O certo é saber que o certo é certo
O macho adulto branco sempre no comando
E o resto ao resto, o sexo é o corte, o sexo
Reconhecer o valor necessário do ato hipócrita
Riscar os índios, nada esperar dos pretos
"E eu, menos estrangeiro no lugar que no momento
Sigo mais sozinho caminhando contra o vento
E entendo o centro do que estão dizendo
Aquele cara e aquela:
É um desmascaro
Singelo grito:"O rei está nu
"Mas eu desperto porque tudo cala frente ao fato de que o rei é mais bonito nu
E eu vou e amo o azul, o púrpura e o amarelo
E entre o meu ir e o do sol, um aro, um elo.
("Some may like a soft brazilian singerbut i've given up all attempts at perfection").
PS: Italo Pay , obrigada por teu comentário. Não sabia que você gostava e tinha lembranças de locais com flamboyants. Paquetá? deve ser lindo.
A página do flautista, cantor e compositor Italo Pay, e sua Zabumba Mundi, vale a pena ser visitada. http://www.italopay.com.br/
Rosinha, até onde sei só existem flamboyants vermelhos e amarelos.
Se alguém souber de outras cores, por favor, me falem.
obrigada e beijos a todos os amigos
Maria Pignata

2 comentários:

  1. Poxa cada vez mais bonito e singelo este blog.
    Amo imagens, paisagens que fazem bem a minha vista.
    E você tem o dom minha amiga de fazer bem a minha vista.
    Tu és a arte da arte.
    Beijos deste blogueiro de plantão,
    Luiz Carias.

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  2. Nossa!!!

    Que maravilha este seu universo!!!

    Beijão.

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