Show do Caetano
Postei hoje aqui um a resenha do show do Caetano Veloso, Zii e Zie, lançado ontem no Canecão, Rio de Janeiro. O motivo pelo qual copiei esse texto do blog do Mauro Ferreira ( que, acredito não haverá problemas, pois identifiquei devidamente a fonte) neste meu blog de pinturas, está na grande sintonia do Caetano com as cores. Ele também é artista plástico e pelo o que o Mauro escreveu, o cenário do show é uma grande obra de arte viva, como é viva toda a sua música e poesia.
Adorei saber que a música Irene, que cantei numa festinha da escola quando tinha oito anos de idade, foi colocada no show. Assim como Trem das Cores, uma canção que mais parece uma tela de pintura musical. Agora vou esperar os comentários dos meus amigos do O e P, o blog Obra em Progresso, que finalizou suas atividades no mês passado. Eles foram ontem assistir ao Show we certamente foram recebidos pelo Caetano no camarim. Para quem deseja saber o que os blogueiros do ex: www.obraemprogresso.com
agora comentando. acesse: www.caetanet.blogspot.com
abraços a todos
Maria
Trem de Zii e Zie passa solar por cores e nomes
Resenha de Show
Título: Zii e Zie
Artista: Caetano Veloso (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Canecão (RJ)
Data: 8 de maio de 2009
Cotação: * * * * 1/2Em cartaz no Rio de Janeiro (RJ) até 10 de maio de 2009
Texto: Mauro Ferreira: www.blogdomauroferreira.blogspot.com
Ainda que reproduza as paisagens cinzentas do disco homônimo que o inspirou, o novo belo show de Caetano Veloso, Zii e Zie, incorpora clima solares em roteiro luminoso que agrega cores e nomes. Um "Viva Paulinho da Viola" - que motivou palmas do público que hiperlotou o Canecão (RJ) na estreia nacional do espetáculo, na noite de ontem, 8 de maio de 2009 - é ouvido logo em verso do primeiro surpreendente número, A Voz do Morto, que afirma o samba por linhas tortas entre distorções da guitarra de Pedro Sá e levada carnavalesca.
Trata-se de um grande show que segue o conceito do álbum Zii e Zie sem se deixar amarrar nele. Inclusive pelo acerto da escolha do repertório, que inclui músicas como Eu Sou Neguinha? (que marca o inesperado fim do show) e Trem das Cores, que transita macio pelos trilhos urbanos da sempre afiada BandaCê.
As músicas do CD cresceram na volta à cena (elas foram buriladas em 2008 no show Obra em Progresso).A asa delta posicionada no palco já demarca o território carioca que inspirou boa parte do repertório do CD Zii e Zie. Projeções com imagens do Rio de Janeiro adornam números como Sem Cais. As cores vivas da esplendorosa iluminação de Maneco Quinderé vão sendo transmutadas a cada número. E os nomes se sucedem no roteiro e, às vezes, já nos títulos de músicas como Lobão Tem Razão e Maria Bethânia. Esta música - lançada pelo compositor em 1971 no LP Caetano Veloso - é o primeiro grande momento do show. Com citação de Baião (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira) e vocais mastigados que remetem à antológica recriação de Asa Branca (outro clássico da parceria de Gonzagão com Teixeira) feita por Caetano no mesmo LP londrino de 1971, o número exemplifica a habilidade do artista para envolver músicas antigas na sonoridade contemporânea da BandaCê. Irene - para citar outro exemplo - ressurge repaginada sem perder sua alegria.
Se o tango Volver (Carlos Gardel e Alfredo le Pera) cruza o universo latino de Fina Estampa com o som indie de Cê, Aquele Frevo Axé - parceria de Caetano com Cezar Mendes, gravada por Gal Costa em 1998 e nunca cantada por Caetano - marca solitária o já habitual set de voz & violão. Em contraponto, a canção Não Identificado ganha pegada forte e deságua num final heavy e hendrixiano, como se um ovni estivesse pousando sob o palco.
E, num grande efeito cênico, Caetano termina o número abrigado sob a asa delta do cenário. Detalhe: o público não resiste e canta com Caetano a terna melodia do iê-iê-iê romântico, em coro bisado no refrão do número seguinte, Odeio. Na sequência, entram os climas mais cinzentos de Falso Leblon e Base de Guantánamo (com projeção de imagens que remetem a Cuba). Até que, aos poucos, o show vai retomando o clima solar.
Seja pelo generoso retrato de Lapa (um transamba que vai se revelando grandioso com o tempo), pelo suingue latino-nortista de Água (tema da lavra de Kassin + 2) e pela vivacidade d'A Cor Amarela, o sambaxé que tem todo jeito de hit popular. No bis, quando o show já deu ao espectador a plena certeza de que a obra continua progredindo, há a reverenciada releitura de Incompatibilidade de Gênios (João Bosco e Aldir Blanc), a festiva Manjar de Reis, a graciosidade de Três Travestis e - por fim - Força Estranha, a vigorosa canção de 1978 que motiva um "Viva Roberto Carlos" que remete ao "Viva Paulinho da Viola" do verso de A Voz do Morto.
Entre nomes e cores vivas, o trem de Caetano Veloso passa firme no palco rumo a uma próxima estação que, certamente, nem seu próprio condutor saberá ao certo qual é até a próxima parada.
sábado, 9 de maio de 2009
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